O desenho é uma prática essencial na educação infantil, permitindo que as crianças desenvolvam habilidades variadas, desde aspectos emocionais até cognitivos e psicomotores. Muito além de uma atividade recreativa, o ato de desenhar fornece uma via de expressão que não se limita às palavras, abrindo um caminho único para o desenvolvimento de várias capacidades desde os primeiros anos de vida. Quando uma criança desenha, ela explora o mundo ao seu redor, organiza pensamentos e expressa sentimentos muitas vezes difíceis de verbalizar.
No desenvolvimento emocional, o desenho age como uma ferramenta importante, onde as crianças podem externar e processar suas emoções de forma segura e criativa. Por meio de traços e cores, elas expressam alegrias, medos e frustrações, o que contribui para o autoconhecimento e a gestão emocional. “Encorajar as crianças a desenhar é uma forma de ajudá-las a explorar e entender seus próprios sentimentos”, destaca Letícia Dorighello, diretora pedagógica do Colégio Prígule, de São Paulo (SP), reforçando a importância dessa atividade no apoio emocional desde cedo.
Além disso, desenhar é uma forma de as crianças praticarem a imaginação e a criatividade, que são elementos fundamentais para o desenvolvimento cognitivo. Através da criação de figuras e cenários, elas exploram conceitos abstratos e organizam seus pensamentos de maneira visual. Esta habilidade também se relaciona com a lógica espacial, essencial para atividades como a matemática e, futuramente, a escrita. As garatujas, ou rabiscos iniciais, que começam a surgir por volta dos 18 a 24 meses, são a porta de entrada para o desenvolvimento dessas habilidades.
Embora pareçam simples, esses rabiscos ajudam na coordenação motora fina e no controle dos movimentos das mãos e dedos, além de fortalecer a ligação entre o ato de desenhar e o uso do espaço, uma habilidade fundamental para a escrita.
No aspecto psicomotor, o desenho também desempenha um papel crucial. A prática regular ajuda na coordenação motora e no desenvolvimento da destreza necessária para atividades como escrever, recortar e até mesmo segurar objetos com precisão. Através da repetição de formas e linhas, as crianças aprimoram o controle e a coordenação entre visão e movimento, preparando-se para tarefas mais complexas que envolvem a motricidade fina.
Conforme as crianças crescem, a evolução no desenho reflete o seu desenvolvimento. Aos 4 anos, é comum que comecem a desenhar figuras mais complexas e a atribuir significados claros a elas, enquanto, por volta dos 7 anos, já se observa a atenção aos detalhes e tentativas de representação mais realista. Cada fase demonstra um avanço cognitivo e emocional, que acompanha o amadurecimento e amplia a percepção que as crianças têm do mundo.
O desenho, portanto, é uma atividade que oferece muito mais do que momentos de entretenimento. Ele promove um crescimento integral, englobando aspectos sociais, onde a criança aprende a interagir com o ambiente e a comunicar suas ideias de forma visual. “Proporcionar oportunidades para que as crianças desenhem é um investimento no seu desenvolvimento completo“, afirma Letícia Dorighello. Esse incentivo possibilita que as crianças desenvolvam uma base sólida para o aprendizado, seja por meio da expressão de emoções ou pelo estímulo de habilidades cognitivas e psicomotoras.
Para saber mais sobre a importância do desenho infantil, acesse https://www.museudaimaginacao.com.br/a-importancia-de-desenhar-para-o-desenvolvimento-infantil ou https://blog.institutosingularidades.edu.br/o-desenho-infantil-e-sua-contribuicao-no-desenvolvimento-da-escrita/