Seletividade alimentar exige atenção especial

Crianças que comem sempre os mesmos alimentos e rejeitam qualquer novidade no prato podem estar enfrentando um quadro de seletividade alimentar. Ao contrário de uma simples fase de “manha” ou preferência por certos sabores, esse comportamento pode indicar uma dificuldade real em lidar com variações de textura, cheiro ou aparência dos alimentos.

 

A seletividade alimentar costuma surgir entre os dois e seis anos de idade, período em que o paladar está em formação e o contato com novos alimentos exige adaptação. Quando a recusa se estende por muito tempo e afeta a variedade e a qualidade da alimentação, é sinal de que os pais devem investigar mais a fundo. “A criança não é rebelde por natureza. Em muitos casos, ela sente desconforto genuíno ao experimentar certos alimentos”, observa Letícia Dorighello, diretora pedagógica do Colégio Prígule, de São Paulo.

 

Alguns sinais comuns incluem a rejeição sistemática de frutas, legumes ou alimentos com texturas diferentes, além da aceitação apenas de pratos específicos, como arroz branco, macarrão ou pão sem acompanhamento. A criança pode demonstrar aversão ao toque da comida, evitar refeições fora de casa e até desenvolver ansiedade em situações sociais que envolvem alimentação, como festas e passeios escolares.

 

A seletividade não deve ser confundida com a neofobia alimentar, que é o medo de experimentar alimentos novos. Na seletividade, o repertório alimentar é repetitivo e restrito, mesmo que a criança já tenha tido contato anterior com os itens rejeitados. Já na neofobia, a reação é mais ligada ao desconhecido, com sinais claros de angústia ao se deparar com novidades no prato.

 

Entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da seletividade estão experiências negativas com alimentação na primeira infância, hipersensibilidade sensorial, histórico de refluxo, introdução alimentar inadequada e até fatores genéticos. Crianças que já passaram por episódios de engasgos ou que associam algum alimento à dor ou incômodo digestivo tendem a desenvolver maior resistência.

 

Para lidar com essa situação, o ideal é adotar uma abordagem acolhedora e gradual, sem forçar a ingestão. Criar um ambiente tranquilo durante as refeições, oferecer os alimentos de forma criativa e envolver a criança no preparo das refeições são práticas que contribuem para o aumento da aceitação. A rotina alimentar também deve ser bem estruturada, evitando beliscos fora de hora e garantindo que a criança chegue com fome à mesa.

 

O acompanhamento de nutricionistas, psicólogos e, em alguns casos, terapeutas ocupacionais é recomendado para entender as causas e montar estratégias de reeducação alimentar.

 

Para saber mais sobre seletividade alimentar, visite https://www.educarenutrir.com.br/blog/16/seletividade-alimentar-na-infancia-como-tratar e https://www.ipgs.com.br/seletividade-e-neofobia-alimentar-na-infancia/

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