Falta de ar, dores de barriga, irritabilidade e dificuldade de concentração são sinais que podem indicar ansiedade em crianças e adolescentes. Ao contrário do que muitos pensam, esse tipo de sofrimento emocional não se restringe ao mundo adulto. Crianças também se sentem pressionadas, inseguras e sobrecarregadas por situações que, aos olhos de um adulto, podem parecer simples.
Estudos apontam que até 15% do público infantojuvenil convive com algum transtorno de ansiedade. Em muitos casos, os sintomas passam despercebidos ou são interpretados como “manha” ou “birra”. Isso atrasa o diagnóstico e agrava o impacto da ansiedade no desenvolvimento emocional, social e acadêmico dos jovens.
“É importante que pais e educadores fiquem atentos aos sinais. Mudanças de comportamento, insônia, medo excessivo ou recusa escolar podem indicar que a criança está lidando com algo maior do que consegue expressar”, alerta Letícia Dorighello, diretora pedagógica do Colégio Prígule, de São Paulo.
Além dos sintomas emocionais e físicos, a ansiedade costuma prejudicar o desempenho escolar. Alunos ansiosos apresentam mais dificuldade para se concentrar, evitam participar de atividades em grupo e demonstram insegurança nas avaliações. O medo de errar, de se expor ou de ser julgado pelos colegas pode bloquear o aprendizado e comprometer a autoestima.
Diversos fatores contribuem para o surgimento da ansiedade na infância. Conflitos familiares, separação dos pais, excesso de cobranças, mudanças repentinas na rotina, bullying e até o comportamento ansioso dos próprios responsáveis estão entre os principais gatilhos. A pandemia de Covid-19 também intensificou esse cenário, ao desestabilizar hábitos e limitar o convívio social por longos períodos.
No entanto, é possível agir de forma preventiva e acolhedora. Manter uma rotina estável, respeitar o tempo da criança, promover momentos de escuta ativa e incentivar a prática de atividades físicas são atitudes simples, mas eficazes. Em casa, vale reforçar os vínculos afetivos com conversas francas, demonstrações de carinho e incentivo à autonomia. Na escola, o acolhimento e a valorização da singularidade de cada aluno fazem toda a diferença.
Técnicas de respiração, meditação e relaxamento também têm mostrado bons resultados. Em casos mais complexos, é importante buscar ajuda especializada. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, tem se destacado entre as abordagens mais indicadas para tratar quadros de ansiedade. Em algumas situações, pode haver necessidade de acompanhamento médico com uso de medicação.
Reconhecer que crianças e adolescentes também sofrem com ansiedade é o primeiro passo para oferecer ajuda efetiva. A escuta, o apoio e a compreensão são ferramentas poderosas na construção de um ambiente emocionalmente seguro, em que o jovem possa se desenvolver com mais tranquilidade, confiança e equilíbrio.
Para saber mais sobre ansiedade, visite https://vidasaudavel.einstein.br/ansiedade-em-criancas/ e https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/ansiedade-em-criancas-como-reconhecer-os-sintomas/

