Estudantes que passam boa parte do dia conectados às redes sociais frequentemente enfrentam dificuldades de concentração, sono irregular e menor rendimento escolar. O hábito de checar notificações ou assistir vídeos durante o tempo reservado ao estudo ou às aulas pode comprometer a assimilação de conteúdos e interferir diretamente na qualidade do aprendizado.
Os impactos não se limitam ao tempo de tela. A exposição constante às comparações sociais, ao excesso de informações e à pressão por desempenho ou visibilidade também contribui para o aumento de quadros de ansiedade, insegurança e falta de foco. Muitos adolescentes, mesmo sem perceber, mantêm o cérebro em estado de alerta contínuo, o que dificulta o descanso mental e a atenção durante as atividades escolares.
Apesar dos riscos, as redes sociais não precisam ser encaradas apenas como vilãs. Quando usadas com responsabilidade e propósito, elas podem se tornar ferramentas complementares à educação. Muitos estudantes criam grupos para trocar materiais, dividir tarefas e tirar dúvidas, utilizando a internet como espaço colaborativo. Há também um número crescente de perfis e canais voltados à divulgação científica, à educação financeira e ao aprofundamento em temas acadêmicos.
“Cabe à família e à escola oferecer os parâmetros que ajudem o jovem a entender que a tecnologia deve ser uma aliada, e não uma distração constante”, afirma Letícia Dorighello, diretora pedagógica do Colégio Prígule, de São Paulo. “O desenvolvimento escolar depende também do cuidado com a saúde mental e do uso consciente das redes sociais”, alerta.
A presença dos pais nesse processo é fundamental. Monitorar não significa vigiar com rigidez, mas acompanhar de perto, com escuta ativa e abertura para o diálogo. Estabelecer horários, combinar limites e, principalmente, incentivar outras formas de lazer são atitudes que ajudam a equilibrar a rotina digital.
Também é importante ensinar sobre privacidade, segurança e respeito no ambiente virtual. O adolescente precisa compreender que nem tudo que vê é real, e que o número de curtidas ou seguidores não define seu valor pessoal ou seu desempenho escolar. Desenvolver esse senso crítico é parte essencial da formação dos estudantes.
O uso das redes sociais pode trazer benefícios, mas exige consciência, maturidade e apoio contínuo de adultos atentos. Promover esse equilíbrio é uma forma de garantir que o ambiente digital contribua para o crescimento dos jovens, sem comprometer o desempenho acadêmico ou o bem-estar emocional.
Para saber mais sobre redes sociais, visite https://veja.abril.com.br/saude/novos-estudos-revelam-os-graves-impactos-do-uso-de-celulares-por-criancas e https://www.oficinadanet.com.br/post/18285-vantagens-e-desvantagens-das-redes-sociais
