A capacidade de sentir e compreender as emoções de outra pessoa, colocando-se em seu lugar, é essencial para criar laços de confiança e respeito. Mais do que um gesto gentil, a empatia é uma habilidade que transforma relações e fortalece a convivência em família, na escola ou na comunidade.
Crianças que crescem praticando empatia desenvolvem uma percepção mais aguçada do mundo ao seu redor. Elas aprendem a colaborar, a respeitar diferenças e a lidar com conflitos de forma pacífica. “A empatia é o primeiro passo para formar indivíduos que pensam no coletivo e agem com compaixão”, afirma Letícia Dorighello, diretora pedagógica do Colégio Prígule, de São Paulo (SP). Esse aprendizado, que começa em casa e se amplia na interação com outros, é um pilar para o bem-estar emocional e social.
Gestos como oferecer apoio a alguém em um momento de tristeza ou imaginar como seria estar na situação de um colega mostram que empatia vai além de apenas reconhecer sentimentos. Envolve uma conexão profunda, muitas vezes seguida de ações que ajudam o outro. Evitar críticas rápidas e ouvir com atenção são atitudes que qualquer um pode praticar no dia a dia, seja adulto ou criança, para criar um ambiente mais acolhedor.
Ensinar essa habilidade exige exemplos concretos. Pais que demonstram empatia ao resolver desentendimentos ou ao confortar um filho ensinam mais pelo comportamento do que por palavras. Histórias e brincadeiras também ajudam: ao mergulhar em narrativas ou simular papéis, as crianças exploram perspectivas diferentes e entendem melhor as emoções alheias. “Falar abertamente sobre sentimentos é uma ferramenta poderosa para cultivar empatia desde cedo”, destaca Letícia Dorighello.
Os benefícios da empatia aparecem em todas as fases da vida. Adolescentes empáticos tendem a construir amizades mais sólidas e a evitar comportamentos como o bullying. Na vida adulta, essa habilidade melhora a colaboração no trabalho e a resiliência diante de desafios. Estudos apontam que pessoas com alta empatia têm maior satisfação nos relacionamentos e até uma saúde mais equilibrada, mostrando que se conectar emocionalmente com os outros também faz bem a si mesmo.
Numa sociedade marcada por divisões, a empatia surge como um caminho para aproximar as pessoas. Ela incentiva a compreensão em vez do julgamento e abre espaço para o diálogo. Quando cultivada desde a infância, torna-se uma força capaz de inspirar mudanças positivas, como a redução de preconceitos e o aumento da solidariedade. Pais e educadores têm um papel central nesse processo, ajudando os jovens a enxergar o mundo pelos olhos dos outros.
Praticar empatia é um exercício diário que não exige grandes esforços, mas sim atenção e intenção. Pequenas ações, como perguntar como alguém está se sentindo ou oferecer um gesto de apoio, podem fazer toda a diferença.
Para saber mais sobre empatia, visite https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2016/12/empatia-um-mundo-melhor-depende-do-seu-filho.html e https://www.cnnbrasil.com.br/saude/empatia-em-adolescentes-comeca-com-bons-relacionamentos-em-casa-diz-estudo/