Separar a comida no prato, roer as unhas ou insistir em organizar brinquedos sempre da mesma forma são comportamentos frequentes entre crianças e, muitas vezes, fazem parte de uma fase do desenvolvimento. Essas manias infantis surgem como uma forma de a criança lidar com emoções novas ou difíceis de expressar, trazendo sensação de controle e conforto.
Em geral, essas manias não causam problemas e desaparecem com o tempo, especialmente se não forem reforçadas por repreensões, críticas ou excesso de atenção. No entanto, quando se tornam muito intensas, persistem por longos períodos ou começam a atrapalhar a rotina, é importante observar com mais cuidado e, se necessário, buscar apoio especializado. “Os adultos devem estar atentos à intensidade e à frequência das manias, mas sem julgar ou constranger a criança”, orienta Letícia Dorighello, diretora pedagógica do Colégio Prígule, de São Paulo (SP).
É fundamental diferenciar manias de outros comportamentos parecidos, como tiques motores ou verbais, que geralmente são involuntários e podem exigir acompanhamento médico. As manias, por outro lado, são ações conscientes, mesmo que repetitivas, ligadas a momentos de ansiedade, tédio ou até empolgação. Por isso, observar o contexto em que surgem é essencial para entender o que está por trás de cada gesto.
Algumas manias podem ser sinais de que a criança está tentando comunicar algo: desconfortos emocionais, mudanças na rotina, dificuldades na escola ou até situações que geram insegurança. Quando isso acontece, impor limites diretos ou tentar eliminar o comportamento à força pode gerar ainda mais ansiedade.
“Nem sempre a mania é o problema em si. Muitas vezes, ela é só o reflexo de algo que a criança ainda não sabe como explicar”, reforça Letícia.
Estratégias como redirecionar a atenção, oferecer acolhimento, criar espaços seguros para diálogo e estimular outras formas de expressão emocional são alternativas mais eficazes do que a punição. E, nos casos em que a mania começa a gerar sofrimento, interfere no convívio social ou afeta o desempenho escolar, a orientação de um psicólogo ou pediatra pode ajudar a compreender melhor a situação e traçar caminhos de cuidado.
Com escuta ativa, paciência e envolvimento dos pais, é possível ajudar a criança a transformar essas manias em aprendizados. O importante é respeitar o ritmo de cada um e lembrar que, na maioria das vezes, esses comportamentos fazem parte do crescimento.
Para saber mais sobre mania infantil, visite https://lunetas.com.br/manias-das-criancas/ e https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/06/08/manias-rituais-e-tiques-na-infancia-quando-e-preciso-se-preocupar.htm